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Sobre Nós

 

… remonta a 370 anos a.C. Foi habitada por Celtas, Túrdulos e Gregos e aparece referida em documentos da Reconquista, sendo provável que a razão do seu crescimento ande relacionada com a importância da ligação norte-sul com ponte sobre o rio Águeda.

A antiguidade da ocupação desta região é revelada por diversos monumentos megalíticos e pelo Cabeço do Vouga, importante estação arqueológica localizada junto do trajecto da via militar romana de Olissipo a Bracara.

É referida, em documentos de 1050 e 1077, tanto pelo seu nome primitivo Casal Lousado (lat. Casal Lousato) como pelo seu nome próprio latinizado Anegia, Agatha e Ágada. O seu nome tem origem na forma feminina do adjectivo  grego “ agathós-é-on” que quer dizer bom. Do agathé, boa, tiraram os romanos Agatha que usaram como cognome de mulher e que precedeu o actual nome de Águeda (assim lhe chamaram no concílio de Toledo de 606), sendo também ao mesmo tempo o nome dado a uma determinada espécie de pedras preciosas. Águeda significa pois, etimologicamente, BOA.

No Sec. XI, Águeda era um burgo próspero, com um comércio desenvolvido e o seu porto movimentado, abastecendo-se a si e às populações vizinhas de além Alcoba (hoje Caramulo)…

Águeda era ponto de apoio dos Caminhos de Santiago. Na sua albergaria ter-se-á recolhido em 1325 a Rainha Santa Isabel quando se dirigia em peregrinação a Santiago de Compostela.

O padroado de Santa Eulália, padroeira da vila, pertenceu ao ducado de Aveiro, tendo sido anexado pela Coroa no sec. XVIII, após a extinção daquele.

Em 1834, Águeda ascende à categoria de sede do concelho, por consequência da revolução liberal dando-se uma reforma administrativa devido à sua capital importância na estratégia politico militar da resistência à 2ª invasão francesa, pois possuía um hospital militar que socorria os feridos provenientes das batalhas, bem como com as lutas liberais e, mais tarde, com os combates travados em 1919 em disputa da ponte.

 Desde que foi elevada à categoria de concelho, Águeda começou a ter uma vida política bastante movimentada, mas foi sempre muito bem representada por nomes influentes da terra.

Em 1900 no Jornal do Comércio podia-se ler: “Águeda, vila e cabeça de concelho (distrito de Aveiro), na margem direita do rio Águeda, com uma população de 4 mil habitantes. O concelho tem 19 freguesias com 20.416 habitantes”.

 

No dia 8 de Julho de 1985, a vila de Águeda é elevada à categoria de Cidade.

Após todos estes dados históricos que colectamos de diversos artigos e depoimentos sobre as origens de Águeda, apetece-nos com um ar mais poético aqui inserir um pouco da obra de Adolfo Portela – Águeda.

E diz o seguinte:

 

A Praça era isto, pouco mais ou menos – meio palmo de terreiro, para logradoiro das sardinheiras, das louceiras, e das galinhas de toda a vida. O que não obstava a que, por esse tempo antigo, o mercado de Águeda fosse, como era realmente, de uma grande importância comercial. Peixe , hortaliça, frutas, cereais, de tudo ali concorria à fartura.

-Era por Águeda que se fazia então todo o comércio da Beira-Mar com as duas Beiras. Ovar, Porto, Aveiro, Torreira, São Jacinto, Costa Nova, tudo por ali passava com as suas mercadorias, graças a essa bela estrada do rio, que era por esse tempo a artéria principal da circulação comercial das terras de Águeda.

 Coalhava-se o rio de barcos e bateiras, em cada dia. E, mal as velas assomavam, lá abaixo aos Carvalhos de Paredes, logo das bandas da serra descia, a campainhar alegremente, a récua dos machos beirões que vinham a fazer carga. Barqueiros, sardinheiras, e almocreves, juntavam-se ali, pela Praça; e, logo, em torno deles, em grande vozeada alegre, as contadeiras da sardinha, as empilhadeiras, as mulheres do sal, disputavam entre si, a pragas e a murros, para ver ao fim quem apanhava a melhor freguesia.

 Aos dez e aos vinte, em maré cheia de boa pesca, os barcos ancorados no velho Cais das Laranjeiras, com os mastros em descanso, davam a ilusão duma esquadra de galés antigas que ali arribassem a ajoujar de riquezas. – Ah! E de verdadeira riqueza era esse tempo, então: pão com fartura, sardinha quase dada; só era pobre, a bem dizer, quem tinha o vício de mendigar.”

 

Por tudo o atrás descrito se poderá concluir que Águeda, ou o local onde hoje esta existe, foi através dos tempos importante   entreposto, usufruindo das valências que o cruzamento da Estrada Real (antiga via romana) com o rio Águeda lhe proporcionava.

Por terra vinham os almocreves de toda a região circundante incluindo os que desciam das serras limítrofes e que para além dessas levavam os produtos que até aqui chegavam ao chamado Cais das Laranjeiras, como era o caso da sardinha que durante muitos anos foi conhecida no interior como sardinha de Águeda…  Desde essas épocas remotas toda aquela zona ribeirinha fervilhava de gente, descarregando e carregando os barcos que ali aportavam e que desciam e subiam o rio desde Aveiro e da Murtosa, levando e trazendo uma grande variedade de produtos.

 

Daqui e do intercâmbio multi-racial será fácil perceber que  a diversidade de culturas, costumes e dos produtos transaccionados originaram uma riqueza gastronómica  nesta região que urge explorar, estudar, preservar e divulgar…

É essa a primeira e a principal  razão desta Confraria Gastronómica que aqui vos queremos apresentar.